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Top Pop Narradores visuais

Com a tão aguardada estréia de 300 nos cinemas, mais uma vez o nome de Frank Miller volta a circular na mídia. Dentre outras coisas, Miller é reconhecido por ser um dos mestres num fundamento específico dos quadrinhos, a narrativa visual. Nos anos 80, este artista apresentou um estilo inovador de narração e contribuiu para muita coisa do que foi feito nos anos. Como se não bastasse, reinventou a si mesmo nos anos 90 com Sin City, que com sua atmosfera de filme noir tinha seqüências realmente fantásticas.

Aproveitando a deixa, neste Top Pop escolhemos os cinco mestres da narrativa visual nos quadrinhos. Aqueles que, em algum momento, foram como desbravadores dos limites da nona arte, propondo recursos diferentes para mostrar como aquelas histórias estavam se transformando com o passar do tempo.

1-Will Eisner: É indiscutível a supremacia de Eisner neste assunto, afinal, ele praticamente inventou grande parte dos recursos narrativos usados nos quadrinhos modernos. Ele tinha a combinação ideal entre uma diagramação que chamava a atenção para a página toda e a funcionalidade de uma narrativa quadrinho a quadrinho simplesmente fenomenal. A sucessão de personagens em poses que continham uma expressão corporal perfeita dava um movimento tão vivo à cena, que contribuiu para que os quadrinhos de Eisner fossem reconhecidos como arte.

2-Osamu Tezuka: Frank Miller e todos os leitores ocidentais podem ter conhecido os mangás através de Lobo Solitário, mas foi Tezuka, assim como Eisner fez por aqui, que criou as bases da narrativa em quadrinhos no Japão. Não se deixe enganar pelo estilo aparentemente infantil dos desenhos de Tesuka, seus quadrinhos são mais cheios de movimento e emoção do qualquer outra coisa feita depois dele. Usando personagens de aparência comum, ele criou páginas que transmitem todas estas emoções perfeitamente.

3-Guido Crepax: Mais um dos que influenciaram Miller, Crepax é um dos expoentes da revolução dos quadrinhos europeus nos anos 60. A diagramação de suas páginas rompia com as convenções sobre os limites e número de quadrinhos por página. Ângulos e closes ousados criaram a expressão perfeita para as histórias da personagem Valentina. Naquela época, quadrinhos adultos eram sinônimo de tramas e narrativas sofisticadas, que convidavam o leitor a deixar a imaginação voar mais longe.

4-Ivo Milazzo: Infelizmente os mestres dos quadrinhos italianos quase nunca são lembrados. Os fumetti podem não ter uma diagramação tão ousada quanto os quadrinhos americanos modernos e os mangás, mas sua capacidade de contar uma história apenas com imagens é incontestável. Dizer que esta uma forma meramente “funcional” de narrativa seria menosprezar toda a beleza dos painéis destes quadrinhos, pois neles existe um valor expressivo muito forte, como pode ser visto em qualquer episódio da série Ken Parker desenhada por ele.

5-Jack Kirby: Scott McLoud acertou ao dizer que o tema por excelência dos quadrinhos de super-heróis é o poder, mais do que identidades secretas e a anatomia escultural. Por isso, a maneira como O Rei transformou esse conceito numa série de elementos narrativos que faziam a ação saltar da página em direção ao leitor merece todo o destaque nesta lista. Kirby sempre criou cenas de ação memoráveis com uma simplicidade impressionante, como nunca se viu.

   
 

 

 
   

 

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