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Top Pop Nasceu para isso 2

Na lista anterior falamos sobre aqueles artistas que nasceram para revolucionar um personagem criado por outro. Agora, continuando os Top Pop´s sobre pessoas que nasceram para revolucionar algo nos quadrinhos, vamos falar sobre aqueles que marcaram os quadrinhos com os personagens que eles criaram.

Para definir o Top vamos falar de personagens autorais, mais atuais. Dessa forma estão excluidos aqui os diversos artistas que criaram os heróis da DC e o genial Stan Lee que criou todo um universo de personagens fantásticos e mudou a forma de se pensar super-heróis criando os heróis mais humanos da Marvel. 

Assim, esse top é uma homenagem àqueles autores que desenvolveram um trabalho autoral tão marcante que são imediatamente associados aos seus personagens e não há como negar que ele nasceu para contar aquela história. 

1- Kazuo Koike: Koike é um velho conhecido dos brasileiros, mas só agora a obra do mangaká começa a ganhar corpo para ser devidamente avaliada. Nos últimos anos, vimos sair por aqui Yuki, pela Conrad, e pela Panini, Crying Freeman, Lobo Solitário e o mais recente lançamento, Samurai Executor. O novo título revela uma faceta inesperada do autor: dá a nítida impressão de que Koike não só nasceu para contar a história de Itto Ogami e Daigoro: ele usou Samurai Executor como um grande ensaio aberto antes de fazer seu trabalho mais conhecido.*

2- Albert Uderzo e René Goscinny: Antes de mais nada vale dizer que os quadrinhos europeus são riquíssimos, que têm uma produção gigantesca e que alguns personagens são tão ou mais relevantes que Asterix e Obelix. Mesmo se pensarmos só em termos de quadrinhos franceses não dá para reduzir a importância do país à esses personagens. Dito isso, Uderzo e Goscinny nasceram para divulgar aos quatro ventos a França, os quadrinhos franceses e os quadrinhos em si. Eles acertaram em cheio no formato e no estilo para contar suas histórias com um humor inteligente, funcional para leitores de todas as idades. Asterix e Obelix é uma leitura deliciosa indicada para qualquer criança, mas, ao mesmo tempo, não é um material infantil, pois tem um fundo crítico genial. Mesmo se passando no período do Império Romano, eles conseguiram fazer críticas extremamente atuais sobre a sociedade. Tudo isso, somado ao fato de serem histórias que podem facilmente ser usadas de forma didática, ajuda a entender por que essas histórias foram publicadas em todo o mundo, viraram desenhos animados e até filmes.

3- Mike Mignola: Esse criou um personagem que acabou servindo para mostrar um trabalho artístico revolucionário. Hellboy é um personagem bem bacana, com histórias e coadjuvantes bons. A idéia do personagem foi boa o suficiente para virar um filme muito legal e alguns longas de animação também divertidos. Mas, o que impressionou tanto os leitores quanto os outros artistas foi realmente o desenho estilizado, muito econômico e precisamente bem executado que Mignola fez para trazer ao mundo essa sua cria do inferno. Mike Mignola cria atmosferas densas e sombrias com formas simples e bem definidas, realçando as figuras impressionantes que habitam seu universo de personagens. 

4- Mark Millar: Com as histórias da super-equipe extremista Authority e a saga do herdeiro de super-vilão Procurado, Millar mostrou como seria a vida dos super-seres no mundo moderno. Indo muito além do simples cinismo e da ambientação "mundo-cão" que predomina nesta linha, Millar jogou com a mente tanto de personagens quanto do leitor e mostrou como as aparências podem enganar. Tudo isso o levou a ser convidado para ser um dos caras que têm transformado o universo Marvel nos últimos anos, em títulos como Os Supremos, Homem-AranhaWolverine e agora com a minissérie Guerra Civil.

5- Terry Moore: Muitos outros fizeram antes dele e outros tantos farão novamente, mas Moore escreveu uma excelente história em quadrinhos sobre pessoas normais vivendo um complicado triângulo amoroso. Estranhos no Paraíso merece um destaque por mostrar que uma história romântica comporta muitos outros elementos, como uma trama policial. Terry Moore nasceu para escrever Estranhos no Paraíso, nos mostrando um desenho simples, bonito, uma história sensível, agradável de ler e que fala com muita naturalidade de complicados temas como homossexualidade e prostituição.

*Escrito por Eduardo Nasi

 

 
 

 

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